sábado, 4 de outubro de 2008

Eberhard Sydow



Eberhard Sydow nasceu em 1894 em Schönwerder na Uckermark, Alemanha, no dia 26 de setembro.

É filho de Albert Wilhelm Julius Sydow, pastor luterano, e de Marie Becker.

Seu irmão mais velho era Albert Paul Hans (29 de março de 1892). Sua irmã mais velha era Eva-Maria (25 de novembro de 1892)


1910 Marie e seu filho Eberhard


Seus três irmãos mais novos eram Ulrich Albert Eugen (*30 de julho de 1896 +14 de dezembro de 1914), Joachim Friedrich Wilhelm (*20 de julho de 1899) e Wolfgang Amadeus Gernot Benjamin (*9 de junho de 1911). Hans, Eva-Maria, Eberhard, Ulrich e Joachim nasceram em Schönwerder. Só Wolfgang nasceu em Zicher.

Eberhard estudou no Gymnasium zum Grauen Kloster em Berlim, onde também estudou sua bisneta Nikoline. Fez o ensino médio em Küstrin.

De 1914 a 1918 foi voluntário na I Guerra Mundial.

Diplomou-se Gartenmeister (técnico em paisagismo).

Desenvolveu suas atividades em várias cidades da Alemanha e do Brasilos: Werder an der Havel, Krummendorf (Rostock), Panambi (chamada Neu-Württenberg até 1954), Ijuí, e Porto Alegre. Sobre Panambi, veja interessante pesquisa em www.upf.br/ppgh/download/Rosane%20Marcia%20Neumann.prn.pdf

Casou-se com a bibliotecária Hildegard Schultz, com a qual teve três filhos e uma filha: Ulrich, Eberhard, Mechthild, Gunther

Faleceu em 1975, no dia 21 de dezembro, em Porto Alegre, na rua Américo Vespúcio 382 residência pastoral da paróquia Martin Luther.



1910, 1912




1914 Eberhard Sydow participou ativamente das grandes mudanças que ocorriam no cenário mundial. A Revolução industrial, o empobrecimento dos trabalhadores, o surgimento das forças democráticas contra a monarquia, das forças proletárias representadas pelo comunismo, da reação conservadora através do movimento nacionalista e imperialista e a grande decepção com a perda de força do imperador Guilherme (Wilhelm II) que acabou renunciando a seus poderes em 1918.





Guilherme tinha posições simpáticas aos trabalhadores, colocando-se como defensor dos operários contra os milionários e discutindo co o podereoso primeiro ministro Bismarck já em 1890:





[...], weil die Arbeiter meine Untertanen sin, für die ich zu sorgen habe! Und wenn die Millionäre nicht nachgeben, werde ich meine Truppem zurückziehen und wenn ihre Villen erst in Flammen sdtehen werden sie schon klein beigeben". Tradução: por serem os trabalhadores meus subalternos pelos quais devo zelar! E se os milionários não cederem, recuarei minhas tropas, e quando suas vilas estiverem em chamas, eles irão ceder humildemente.





Eberhard serviu na I Guerra Mundial como sargento do Batalhão Anti-aéreo S. K Flack Batt. 106. O império alemão queria conquistar seu lugar ao sol "Platz an der Sonne". A Europa era dominada pela França, Inglaterra e Rússia. Foi nas batalhas do front oriental, perto de Varsóvia, que perdeu seu irmão caçula Ulrich no exato momento em que pensava protegê-lo.






Quando no dia 20 de Setembro de 1914 os irmãos Hans, Eberhard e Ulrich foram para a guerra, sua mãe Marie pediu que Eberhard protegesse deu irmão pequeno. O serviço militar só era obrigatório aos 18 anos. Os três eram voluntários Hans com 22 anos de idade, Eberhard com 19, e Ulrich com apenas 17 anos de idade.









1914: Ulrich Albert Eugen Sydow voluntário da pátria (Kriegsfreiwilliger) nasceu em 30 de julho de 1896 e foi morto em 14 de dezembro de 1914 próximo à Varsóvia.





O voluntarismo não contava com o retorno de alguma vantagem no futuro. Era puro patriotismo e fidelidade ao imperador, também pregada pela propaganda de guerra.
Eberhard e Ulrich integravam o Regimento da Infantaria Real Prussiana nº 57 chamado Königlich Preußisches Infanterie-Regiment Herzog Ferdinand von Braunschweig.





Em Dezembro de 1914, próximo a Varsóvia, Ulrich Sydow foi mandado para a trincheira. No dia 14 de Dezembro Bêka foi para o Front no lugar de Ulrich para protegê-lo. No caminho de volta do Front para o acampamento recebeu a notícia de que seu irmão Ulrich fora atingido gravemente. Chegando no acampamento viu que seu irmão fora morto por uma bala perdida. Bêka envolveu Uli numa lona, baixou-o para a cova que já havia sido aberta e rezou um Pai Nosso. O avanço do Exército alemão deixou toda a Alemanha eufórica. O espírito natalino incrementou ainda mais o entusiasmo. Como Bêka daria a notícia do irmão morto a seus pais na casa pastoral? Mandou a notícia para um guarda florestal muito amigo de seu pai, com o pedido de só compartilhá-la depois da noite de Natal. Na noite de natal o guarda florestal parecia ir alegremente para o culto, embora já houvesse recebido a notíca do filho morto ... Quando no dia seguinte foi visitar a casa pastoral, a mãe disse ao abrir a porta:

- Ulrich está morto.


Ela já "sabia" (embora tivesse três filhos na guerra). Relato de SYDOW, Gunther. Von meinem Vater (Eberhad Sydow) São Leopoldo, Edição do autor, 2007.






Wulfhild conhece a história de uma outra maneira:


"Eu conheço a história assim", escreve Wulfhild: "os três filhos mais velhos de Albert e Marie Sydow motivados pelo dever patriótico logo se alistaram voluntariamente ao serviço militar quando irrompeu a I Guerra Mundial o que fez toda a família Sydow orgulhar-se muito, inclusive meu pai Wolfgang, até seus últimos dias", escreve Wulfhild. "Seguindo esta questionável tradição, ele prórpio, mais tarde, na II Guerra Mundial alistou-se como voluntário, mesmo estando recém casado (há 3 meses) e sua mulher estar grávida de mim. Ele achava que era necessário defender a pátria contra o ataque da Polônia, fato equivocado que também defendeu até seus últimos dias, mesmo tendo a obrigação de, como historiador, conhecer a conjuntura internacional um pouco melhor. Mas ele permanecia inamovível em sua posição. Jovem, e de maneira alguma preparado para a luta (provaverlmente só recebeu um tipo de formação expressa), o soldado jovem, simpático e com talento artístico (sabia desenhar maravilhosamente) causou pena em seu oficial superior, ainda mais tendo recém saido da escola, sem nenhuma experiência ou instrução militar.


Por isso o oficial afastou Ulrich da frente de batalha enviando-o para o interior com a "importante missão" de organizar alguma coisa para a manutenção da tropa. O oficial queria tirtar Ulrich do fogo da batalha que se aproximava. A caminho do cumprimento desta tarefa, Ulrich foi alvejado por uma bala perdida."


Eis o texto fonte, de Wulfhild

Ich kenne die "Geschichte" so: Die drei ältesten Söhne von Albert & Maria Sydow haben sich sofort bei Ausbruch des 1. Weltkrieges - aus vermeintlicher patriotischer Pflicht - freiwillig zum Kriegsdienst gemeldet, worauf die ganze Familie Sydow mächtig stolz war incl. meinem Vater (bis zu seinem letzten Atemzug. Er hatte sich in dieser fragwürdigen Tradition dann ja auch beim 2. Weltkrieg sofort als Freiwilliger gemeldet, obgleich er erst 3 Monate verheiratet war und seine junge Frau mit mir schwanger ging! Er meinte, das Vaterland unbedingt gegen die "angreifenden Polen verteidigen" zu müssen und kolportierte diese irrwitzige Behauptung ebenfalls bis zu seinem letzten Atemzug, obgleich er als Historiker es natürlich besser wissen musste!!! Aber da blieb er unbelehrbar.) Jung und natürlich so gut wie gar nicht für den Kampf ausgebildet (wohl nur in einer Art Schnellverfahren) tat dem führenden Offizier der sympatische, künstlerisch sehr begabte (er konnte fabelhaft zeichnen) Soldat leid, der frisch von der Schule, unerfahren und ohne reguläre Ausbildung zum Militär gekommen war.


Er schickte ihn deshalb mit einem angeblich "wichtigen Auftrag" von der Front fort zur Etappe ins Hinterland, um irgendwas für die Verpflegung der Truppe zu organisieren. Der Offizier wollte Ulrich aus dem zu erwartenden Gefechtsfeuer heraushalten. Auf dem Wege zur Etappe traf ihn dann eine verirrte Kugel.


E Wulfhild tem uma explicação psicológica:


Considero absolutamente impensável a história de que Eberhard teria trocado de função com seu irmão, ou seja, de haver por conta própria modificado a ordem do superior militar, ainda mais num exército prussiano. Por esta transgressão receberia a pena de morte. Suponho que o episódio foi modificado na memória de Eberhard com o passar do tempo. É provavel que tenha se sentido culpado (sem razão nenhuma) pelo fato de haver escapado ileso da frente der batalha enquanto seu irmão perdera a vida. Esta experiência deve ter sido um choque enorme. Conhecemos o fenômeno em sobreviventes do holocausto: torturam-se por sentimentos de culpa pelo fato de haverem sobrevivido por uma lance do destino, enquanto todos os demais familiares morreram. Tenho quase certeza de que se trata do mesmo fenômeno no caso do teu avô Eberhard," escreve Wulfhild. "E assim este evento horrível foi se modificando numa outra história na qual ele realmente se tornou culpável," conclui Wulfhild.


Eis o texto original de Wulfhild:


Die Geschichte, daß Eberhard mit seinem jüngeren Bruder Ulrich die "Rolle" getauscht hat, d.h. den Befehl eigenmächtig abgeändert hat, halte ich in einem preußischen Heer für absolut undenkbar. Dafür hätte es gnadenlos die Todesstrafe gegeben. Ich denke, das Ereignis hat im Laufe der Jahre und in der Erinnerung eine Wandlung bei Eberhard sen. erfahren. Sicherlich hat er sich (völlig unberechtigt!) schuldig gefühlt, daß ihm unmittelbar an der Front nichts passiert ist, während sein jüngerer Bruder in der Etappe stirbt. Dieses Erlebnis muss ja auch ein unglaublicher Schock für ihn gewesen sein. Man kennt das Phänomen bei den Überlebenden des Holocaust: sie werden lebenslänglich von Schuldgefühlen gequält, weil sie durch ein glückliches Geschick als einzige überlebten, während ihre ganze Familie sterben musste. Ich bin ziemlich sicher, daß es sich bei Deinem Großvater Eberhard se. ähnlich verhalten hat. Und so hat sich dieses schreckliche Ereignis zu einer neuen Geschichte umgeformt, bei der er dann wirklich nachvollziehbar schuldig war.


1916: Divisão 57 da Infantaria, Batalhão 815. No front ocidental, Eberhard participou da batalha mais horrível da I Guerra mundial e da história, em que foram mortos mais de 317.000 mil soldados. Foi nessa batalha quer ficou célebre a expressão do general francês Robert Nivelle, subalterno do marechal Petáin "Não passarão" Ils ne passeront pas, frase símbolo da resistência francesa contra a invasão do exército alemão.








1917, 25 de dezembro: Eberhard Sydow integra Batalhão antiaéreo 106 (S.K. Flack Batt 106)



Técnio em paisagismo: Landschaftsgartenmeister





















1919, 27 de julho: cantar com amigos num acampamento de jovens




Wulfhild, sobrinha de Eberhard, descreve seu tio como outsider ou ovelha negra "não por haver desobedecido ao código de honra ou da moral da época, mas por não haver concluído o ensino médio, optando por um curso ténico de jardinagem. Por não perseguir uma formação acadêmica, sua mãe Marie estava decepcionada e seus irmãos o consideravam "fora de série" e não satisfatório". Ele próprio sofreu por essa discriminação familiar considerando-se a vergonha da família, ao menos assim contava certa vez meu pai Wolfgang. O maior conflito existia entre Eberhard e seu irmão mais velho (e meio arrogante) Hans. Wolfgang, como filho nascido muito depois, estava fora deste conflito fraterno. Entretanto há de se considerar que nem Hans nem Joachim concluiram o curso superior, nem sequer exerceram a profissão almejada.


Eis o texto original de Wulfhild: Nicht etwa, weil er sich ungebührlich nach dem damaligen Ehren- oder Moralkodex verhalten hätte, sondern weil er die Schule nicht mit dem Abitur beendete und anschließend studierte, sondern die Schule wohl vorzeitig verließ und einen praktischen Beruf als Gärtner erlernte. Weil er keine akademische Ausbildung anstrebte, war wohl besonders seine Mutter Maria enttäuscht, und auch seine Geschwister sahen auf ihn herab und hielten sich für etwas Besseres und Eberhard "aus der Art geschlagen" und nicht für "satisfaktionsfähig". Er selber hat, so viel ich weiß, sein Leben lang unter dieser Zurücksetzung und Diskriminierung innerhalb seiner Familie gelitten und gemeint, er sei für seine Geschwister eine "Peinlichkeit" - so etwas erzählte jedenfalls mal mein Vater Wolfgang. Besonders intensiv war wohl der Konflikt zwischen Eberhard sen. und seinem ältesten (ziemlich arroganten) Bruder Hans. Mein Vater Wolfgang war als reichlich Spätgeborener (1911) zu klein, um in diesem Geschwisterkonflikt überhaupt eine Rolle zu spielen. Dabei muss man bedenken, daß weder der Bruder Hans noch der Bruder Jochen (Joachim) ihr Studium abgeschlossen haben bzw. ihren Studien-Beruf je ausübten.

E Wulfhild continua:

"A irmã Eva-Maria nem sequer chegou a visitar uma escola, mas recebeu os ensinamentos que seu pai, o pastor Albert Sydow, considerava mais importantes; e o irmão Ulrich tombou nos primeiros dias da I Guerra Mundial. Diga-se que teu avô Eberhard enterrou seu irmão mais novo com as próprias mãos antes da cidade de Varsóvia (capital da Polônia). Ele vivenciou a morte de seu irmão. E provalemente por isso seu filho mais velho também se chama Ulrich. Sim, e tua bisavó Marie, tão obcecada por títulos acadêmicos, não recebera nenhuma formação profissional, e sua formação escolar é nebulosa (provavelmente também recebeu lições com seu pai pastor). Seu filho predileto certamente era meu pai Wolfgang, não teu avô Eberhard" escreve Wulfhild.

Die Schwester Eva-Maria hat überhaupt nie eine Schule besucht, sondern wurde von ihrem Vater, dem Pfarrer Albert Sydow, unterrichtet, was der für wichtig und lernenswert hielt, und der Bruder Ulrich ist vor Abschluss des Abiturs ganz jung (18 Jahre alt) in den ersten Tagen des 1. Weltkrieges gefallen. Übrigens hat Dein Großvater Eberhard (sen.) seinen jüngeren Bruder vor Ort (bei Warschau) eigenhändig begraben. Er hat den Tod seines Bruders miterlebt. Vermutlich heißt sein ältester Sohn deshalb auch Ulrich. Ja, und Deine Urgroßmutter Maria Sydow, die so versessen auf Akademiker-Titel war, hat natürlich überhaupt keine Berufsausbildung erhalten, und ihre Schulausbildung liegt ebenfalls im Nebulösen (vermutlich wohl auch Unterricht bei ihrem Pastoren Vater). Ihr Lieblingssohn war ganz sicher mein Vater Wolfgang (nicht Dein Großvater Eberhard sen.).

"O filho Wolfgang correspondia melhor a suas pretensões de fazer de seus filhos uma filial da própria vida (não vivida): ele estudou, fez sua formatura e até mesmo exerceu sua profissão. Ainda um dia antes do casamento de meus pais (1939)" continua Wulfhild, "ela acusou a sua nora:

'você está me tirando o único filho que ainda me restou. Jamais vou perdoá-la por isso! Você não poderia ter esperado para casar depois de eu morrer?'

Muito simpático de uma sogra antes do casamento.

Sohn Wolfgang entsprach am besten ihren ehrgeizigen Vorstellungen, aus ihren Kindern eine Filiale des eigenen (nicht gelebten) Lebens zu machen: er hatte studiert, promoviert und dann sogar seinen Beruf ausgeübt. Noch einen Tag vor der Hochzeit meiner Eltern (1939) hat sie ihrer Schwiegertochter Irmgard (meiner Mutter) sehr vorwurfsvoll und klagend gesagt: "Sie nehmen mir meinen Sohn weg, den letzten, der mir noch geblieben ist. Das verzeihe ich Ihnen nie! Konnten sie nicht mit der Heirat bis nach meinem Tod warten?" Sehr charmant von einer Schwiegermutter kurz vor der Hochzeit.

Uma brincadeira à margem: Marie Sydow faleceu quando eu já tinha 13 anos de idade, e minha mãe já havia saído da idade de ter filhos. O sepultamento de Maria foi oficiado por teu pai Eberhard II, então pastor recém formado. Ele não a conheceu viva em sua estada na Alemanha. Ele morreu poucos dias antes do primeiro encontro. Mas Wolfgang não foi o filho predileto desde o início. Ao contrário: naquela época ele era considerado um descarrilamento na idade de uma senhora de 41 anos. Até porque provavelmente espelhava claramente que ainda havia alegrias sexuais na casa pastoral de Zicher. Vade Satanás!!! Ela também rejeitava Wolfgang e declarou a seus dois filhos mais velhos Hans e Eva-Maria, que ela se sentia velha demais para criar um filho. Que esta tarefa deveria ser assumida pelos dois filhos mais velhos. E assim foi por três anos e meio até que Ulrich tombou na guerra. Só então ela aceitou seu filho mais novo, mas como substituto de Ulrich, e daí nasceu uma amor quase ridículo de tão intenso.

Kleiner Scherz am Rande: Maria Sydow starb, da war ich bereits 13 Jahre alt und meine Mutter aus dem gebärfähigen Alter heraus. Marias Beisetzung erfolgte übrigens durch Deinen Vater Eberhard jun. als ganz junger Pfarrer. Er hat seine Großmutter während des Deutschlandaufenthaltes nicht mehr lebend kennen gelernt. Sie starb ein paar Tage vor der ersten Begegnung.Aber Wolfgang war nicht von Anfang an der Lieblingssohn von Maria Sydow - im Gegenteil: er war für sie eine peinliche Entgleisung im "hohen" Alter von 41 Jahren, wie man es damals empfand. Vermutlich wohl auch deshalb, weil es deutlich sichtbar widerspiegelte, daß es da im Pfarrhaus Zicher noch sexuelle Freuden gab. Pfui, Deibel!!! Sie lehnte Wolfgang auch regulär ab und erklärte ihren beiden ältesten Kindern, Hans und Eva-Maria, daß sie sich für die Erziehung eines Kindes nun zu alt fühle. Diese Arbeit mögen nun bitte die beiden ältesten Geschwister übernehmen. Das ging wohl 3 1/2 Jahre so bis zu dem Zeitpunkt, als ihr Sohn Ulrich im Krieg fiel. Da erst akzeptierte sie ihr jüngstes Kind - quasi als Ulrich-Ersatz -, und daraus wurde dann schließlich eine fast lächerliche Affenliebe - auf beiden Seiten.

Eu penso que Eberhard lutou a vida toda pelo reconhecimento de seu pai, pastor Albert Sydow. Provavelmente por isso deixou crescer a mesma barba e cultivou a mesma reverência ao imperador que seu pai cultivava - talvez até mesmo para dar sentido de haver se alistado como voluntário para a guerra. Pois esta I Guerra Mundial realmente não foi nenhum "passeio" ou "guloseima". Quem sabe em que frentes ele lutou? Sempre é recomendável reler 'Nada de novo no front' de Rermarque, para chamar à memória as loucuras que ocorreram.

Ich denke, Dein Großvater Eberhard sen. hat auch zeitlebens um Anerkennung durch seinen Vater, den Pfarrer Albert Sydow, gerungen. Vermutlich ließ er sich deshalb den gleichen Bart wie sein Vater wachsen und betrieb den gleichen Kaiserkult wie sein Vater - vielleicht um überhaupt einen Sinn darin zu sehen, daß er sich 1914 als Kriegsfreiwilliger gemeldet hatte. Denn dieser 1. Weltkrieg war wirklich kein leichter "Spaziergang" und kein "Zuckerlecken". Wer weiß, an welcher Front er gekämpft hat. Da ist es immer nützlich , mal wieder Remarques "Im Westen nichts Neues" zu lesen, um sich ins Gedächtnis zu rufen, welch ein Wahnsinn da stattgefunden hat.

Penso que Eberhard queria assemelhar-se a seu pai quanto mais possível, ao menos externamente e nas convicções. Pois seu pai venerava com toda força ao imperador Guilherme II, a ponto de recusar-se a fazer o juramento à República que, como funcionário público tivera que prestar antes à monarquia. Nisto Albert foi bem consequente, egocêntrico e teimoso: manteve a fidelidade a 'seu' caiser até a morte.

Ich denke, Eberhard sen. wollte seinem Vater so ähnlich wie nur irgend möglich sein - wenigstens äußerlich und in den Überzeugungen. Denn sein Vater Albert Sydow war ein glühender Verehrer Kaiser Wilhelms II. Er ging auch nach dessen Abdankung und dem Ausrufen der Republik so weit, daß er sich weigerte, den Eid als Pfarrer auf die Republik zu schwören, den er bereits früher auf die Monarchie geschworen hatte. Da war Albert ganz konsequent, eigensinnig und stur. "Seinem" Kaiser hielt er die Treue bis ins Grab.

Se teu avô Eberhard deixou a Alemanha por causa dos nazistas escapa ao meu conhecimento. Acho que ouvi dizer que foi a falta de perspectiva profissional combinada com a inflação cada vez maior que fizeram teus pais deixarem o país. A única na família que tinha certa perspectiva neste sentido e exerceu alguma resitência contra Hitler provavelmente foi Eva-Maria, irmã do teu avô. Ela pertencia à igreja confessante, que se pronuciava claramente contra os nazistas e por isso foi perseguida por aquele regime. Ironicamente seu irmão Wolfgang (meu pai) só soube da participação na igreja confessante no enterro dela. Ele ficou totalmente estupefato, sem palavras, quase apavorado. Os irmãos Hans e Wolfgang eram membros do partido, E também a bisavó Marie participava do movimento de senhoras do partido, bem de acordo com seu primeiro e último filho

Ob Dein Großvater Eberhard sen. Deutschland wegen der Nazis verlassen hat, entzieht sich meiner Kenntnis. Ich meine gehört zu haben, daß es die grassierende Arbeitslosigkeit und mangelnde berufliche Perspektive in Verbindung mit der Inflation in Deutschland waren, die Deine Großeltern das Land verlassen ließen. Die einzige in diesem Teil der Familie Sydow, die den Durchblick hatte und so etwas wie "Widerstand" gegen Hitler leistete, war wohl Eva-Maria (Schwester Deines Großvaters). Sie gehörte der "Bekennenden Kirche" an, die sich eindeutig gegen die Nazis aussprach und deshalb auch von diesem Regime verfolgt wurde. Pikanterweise hat ihr Bruder Wolfgang (mein Vater) von dieser Mitgliedschaft in der "Bekennenden Kirche" erst bei Eva-Marias Beisetzung erfahren. Er war total verblüfft, sprachlos, ja, fast schon entsetzt. Bruder Hans und Wolfgang dagegen waren ja Parteimitglieder. Und auch Urgroßmutter Maria Sydow arbeitete stramm in der NS-Frauenschaft mit und war dem NS-Regime durchaus positiv zugewandt, ganz im Herzenseinklang mit ihrem ältesten und dem jüngsten Sohn.

A fenda entre pró e contra os nazistas atravessava a família Sydow bem ao meio, enquanto ninguém sabia exatamente a posição do outro. Pastor Albert estava acima de qualuert suspeita. Permaneceu fiel a seu imperador até a morte, e só por isso Hitler era inaceitável,. não por causa de alguma convicção contra a deshumanidade do regime. Para assemelhar-se ao máximo a seu pai, é possível que teu avô Eberhard também tenha se conformado com esta postura monarquista???

Der Riss zwischen Befürwortung und Ablehnung der Nazis ging also mitten durch die Sydow-Familie, wobei noch nicht einmal jeder vom anderen genau wusste, wie er dachte (siehe Eva-Maria). Pfarrer Albert war über jeden Verdacht erhaben. Er blieb ja seinem Kaiser bis ins Grab treu, und nur deshalb war Hitler für ihn inakzeptabel, nicht etwa aus Überzeugung gegenüber dem unmenschlichen Regime. Eventuell passte sich dem auch Dein Großvater Eberhard sen. an in Nachahmung seines Vaters Albert und um ihm möglichst ähnlich zu sein??? Ich vermute es fast. Escreve Wulfhild em outubro de 2008, foto abaixo. Dankeschön, Wulfhild!







































1923, maio, Eberhard noivo de Hildegard Schulz

"Casados passaremos fome de maneira mais divertida" pensavam Eberhard e Hildegard antes de casarem em 1923.


Eis o mesmo texo, na língua alemã:


"Verheiratet hungert es sich schöner" dachten sich Eberhard und Hildegard als sie 1923 heirateten. Aber auch hier in Brasilien haben Eberhard und seine Familie 1939 Hunger und Kummer durchgemacht. Wegen der nationalistischen Politik des Diktators Getúlio Vargas (Estado Novo 1937-1945) gab es eine Hetze gegen Deutsche. Eberhard wurde wie sehr viele anderen Deutsche Gefangen genommen, deutsche Dokumente und Literatur wurden zerstört, ihm wurde im Gefängnis gesagt das Frau und Kinder ermordert wurden. Im Gefängnis hilt ihm nur aufrecht der Gedanke den er sich immer wieder wiederholte: "Gott sei Dank ist Ulrich in Ijuí bei der Apotheke Schenck als Lehrling geblieben. So ist er der Razzia und dem Familienmord entkommen". Seine Frau Hildegard und seine Kinder Eberhard, Mechthild und Gunther waren erst vor ein paar Tagen von Ijuí nach Porto Alegre umgewandert weil Eberhard bei bei der Gärtnerei Walter Winge Arbeit gefunden hatte. Kurz nach der Wanderschaft wurde Eberhard verhaftet. Hildegard fragte sich laut: "Wir haben nichts zu essen". Gunther versuchte sie zu trösten "Wir leben aber noch". Anonyme Nachbarn halfen mit Trauben und Gemüse die sie dicht am Zaun stehen liessen. Als Gunther, als kleiner brasilianer seinem Vater Eberhard den ersten Gefängnisbesuch machte, wollte dieser seinen Augen nicht glauben! Und wirklich must die Wärter ihn überzeugen dass da wirklich sein Sohn vor ihm stand! Als Eberhard das erste Bild seiner Mutter nach Kriegsende sah, war er wieder schockiert. Marie war ermagert und ihr sonnst immer liebliches, fröhliches und manchmal sogar Stoltzes Gesicht war jetz von Sorgen und Leiden durchfurchtet (klingt Kitschig, kan mir jemand bessere Worte finden?). Man schickte Hilfepäckchen nach ganz Europa."










































1924, Werder, fazendo planos, criando bichos




Não lembro se foi meu pai que contou que o Opa Sydow teria saído da Alemanha por que comunistas haviam matado seu cachorro de estimação em represália ao fato de ele, a pedido de nacional-socialistas, haver dado um surra. Abaixo segue a minha tentativa de tradução do comentário de Wulfhild sobre esta história:


Em 1933 Hitler tomou o poder, e no mesmo ano teus avós emigraram para o Brasil. É difícil imaginar que nos primórdios do regime nacional-socialista teu avô tivesse sido induzido a dar uma surra nos comunistas, ainda mais num fim-de-mundo como Krummendorf em Rostock. Via de regra os nazista resolviam suas brigas sem ajuda estranha, por serem eles próprios batedores apaixonados. Que nesta época os comunistas sempre fossem culpados por tudo que acontecia de ruim faz parte do clichê, do lugar comum de quem tinha uma postura consrvadora. Assim também a morte do cachorro de estimação foi imputada aos comunistas. Acho que esta história toda pertence ao universo dos contos de fada, mas ela é bonitinha e soa bem.



O texto original de Wulfhild, na língua alemã:


1933 war die Machtergreifung Hitlers, und im selben Jahr sind Deine Großeltern nach Brasilien ausgewandert. Ich kann mir nur schwer vorstellen, daß zu diesem frühen Zeitpunkt des NS-Regimes Dein Großvater von Nazis gezwungen wurde, einen Kommunisten zu verprügeln - speziell in einem so kleinen Kuhdorf wie Krummendorf bei Rostock. In der Regel erledigten die Nazis ihre Prügeleien ohne fremde Hilfe, weil sie selber passionierte Schläger waren. Und daß in dieser Zeit grundsätzlich immer die Kommunisten an allem Übel Schuld waren, gehört zum gängigen Klischee, wenn man selber konservativ eingestellt war. Also wurde den Kommunisten auch der getötete Hund in die Schuhe geschoben. Ich denke, diese ganze Geschichte gehört mehr der Sagen- oder Märchenwelt an, aber sie ist hübsch erzählt und klingt auch irgendwie stimmig.


Quando damos uma oohada na propaganda política nacionalista entre 1900 e 1930 e junto com isso imaginamos a pressão sócio-econômica, quase só podemos imaginar estas duas saídas: ou ir para a guerra, ou para a colônia (Brasil, àfrica, Austrália,etc.). Como Opa Sydow já conhecia os horrores da guerra, para ele a melhor saída er o caminho para o Brasil


Wenn man sich mal die politische Propaganda von 1900-1930 anschaut und sich dazu den sozial-wirtschftlichen Druck vorstellt, kann man sich kaum eine andere Reaktion vorstellen: entweder in den Kampf oder in die Kolonien (Brasil, Afrika, Australien usw.). Da unser Opa Sydow (Eberhard) schon die Schrecken vom I. Weltkrieg kannte, war für ihn der beste Weg Brasilien.









No Brasil, em Ijuí, desenhou a praça principal da cidade













Albert Wilhelm Julius Sydow, em 10 de outubro de 1936, com 74 anos de idade (*13 de janeiro de 1862 +14 de dezembro de 1940), e seu filho Eberhard Sydow, em 26 de agosto de 1975, com 80 anos de idade.

Schöenwerder ficava na Prússia, que ainda existia em 1900, era grande e forte











Eberhard bebê





1907 A família Sydow e amigos reunidos em Schönwerder: Eva-Maria, Gretel Lenz, Frau Pastor Sydow, Jochen Sydow, Pastor A. Sydow, Willibald v. F Groreich, Hildegard Schultz, Artur, Bruno Schultz, Eberhard Sydow, ?, ?